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sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Guia de carreiras: Pedagogia

 
O pedagogo deixou de ser apenas aquele profissional de educação que atua dentro das escolas. Apesar de haver um desprestígio da carreira, do salário não ser atrativo e de cair o número de candidatos que buscam cursos superiores nesta área, especialistas garantem que o mercado de trabalho está cada vez mais amplo.

Quem se forma em pedagogia está habilitado a atuar dentro das escolas. Esta atuação pode envolver a educação infantil, que corresponde a creches e pré-escola, o magistério nas séries iniciais do ensino fundamental, que seria do primeiro ao quinto ano, podendo ensinar matérias pedagógicas em cursos normais e na área de gestão do colégio, coordenação e orientação pedagógica. Nos espaços não-escolares, os profissionais também saem habilitados a trabalhar em ONGs, museus, brinquedotecas, bibliotecas, mídias educativas, pesquisa, produção de material pedagógico, políticas educacionais e qualquer espaço que tenha algum tipo de educação envolvida.

A professora e coordenadora do curso de pedagogia da PUC Rio, Zena Eisenberg, destaca ainda outros campos de atuação. "A gama de oportunidades é muito vasta, mas a educação à distância é uma área que está crescendo e requisitando muito a presença de pedagogos. Muitos de nossos ex-alunos também conseguiram oportunidades fazendo consultorias, na elaboração de projetos e no setor de RH."

Zena Eisenberg explica que essa procura das empresas por pedagogos que possam fazer o treinamento do pessoal, é uma saída para quem quer trabalhar com educação sem se restringir à escola. "Vários alunos entram aqui e não tem interesse nenhum em trabalhar na escola. O salário do professor é muito baixo ainda, ele tem sido muito pouco valorizado. Paradoxalmente, cada vez mais as pessoas, as ONGs, as empresas, as TVs estão se dando conta da necessidade de uma pessoa que entenda de didática, de educação, de como transmitir conhecimento. E é o pedagogo quem sabe fazer isso. Como essa perspectiva salarial é melhor, os estudantes têm sido atraídos para esses outros espaços."

São necessários quatro anos de graduação para a formação em pedagogia. A formação completa e preparação pedagógica do profissional se dá através de quatro metodologias: ciências sociais, matémática, língua portuguesa e ciências naturais. A partir daí, os alunos passam quatro semestres completos dentro da escola, fazendo estágios para poder se habilitar a trabalhar com essas quatro áreas. O objetivo do curso é preparar a pessoa para que ela trabalhe de forma educativa, com os materiais e com as pessoas.

As habilidades e competências que um pedagogo tem que ter quando ele sai do curso estão relacionadas a lidar com o outro de uma forma educacional. "Se vai trabalhar com criança pequena ou com jovens e adultos, tem que saber quem é essa criança, como ela aprende, ter metodologias a mão, entender porque ela ainda não está alfabetizada, ter embasamento teórico muito grande para poder entender essa interação e as dificuldades que se apresentam durante essa interação.", explica Zena.

Desafios da carreira
Zena Eisenberg reforça que o maior desafio para formar bons professores no país, é aliar a teoria e prática. 

"Historicamente, os cursos de formação de professores no nível normal, no ensino médio, enfatizaram muito a técnica, a metodologia e acabaram encaixotando certas didáticas, que tornaram-se muito automáticas", afirma.

"O que eu faço se uma criança chora, se bate, se ela não acompanha, se faz muito barulho, se atrapalha, são várias as questões do mundo real da sala de aula principalmente que não são contempladas quando você está pensando e enfatizando a teoria no curso."

Segundo ela, o baixo salário que não permite a sobrevivência independente também acaba afastando as pessoas desses cursos. Por isso, a questão de ir para a escola pública ou particular é uma questão que divide os estudantes. A escola pública tem a vantagem de ser uma função estável por depender de um concurso público, já a escola particular paga bem melhor.

O piso nacional da educação para professores com nível médio é de R$ 1.451 para 40 horas semanais. Mas a média salarial de quem se forma em pedagogia varia de estado para estado e município para município. Se o profissional tem um mestrado no currículo, o valor pode aumentar até 20%.

No Brasil, o pedagogo pode atuar apenas com a graduação, mas a busca de especializações, cursos livres, pós-graduação podem ajudar a focar ainda mais na área de escolha, além valorizar a formação.

 Fonte: G1

quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Dilma veta parte da Lei dos Royalties e reserva dinheiro para educação


 A presidente Dilma Rousseff decidiu vetar o artigo 3º do projeto de lei aprovado no Congresso que diminuía a parcela de royalties e da participação especial dos contratos em vigor destinada a estados e municípios produtores de petróleo. O veto, anunciado nesta sexta (30), era uma reivindicação de estados como Rio de Janeiro e Espírito Santo, dois dos principais produtores.

Dilma também decidiu editar uma medida provisória na qual destina para a educação 100% dos royalties de estados e municípios provenientes dos contratos futuros de concessão de áreas para exploração de petróleo.

Royalties são tributos pagos ao governo federal pelas empresas que exploram petróleo, como forma de compensação por possíveis danos ambientais causados pela extração. Participação especial é a reparação pela exploração de grandes campos de extração, como da camada pré-sal descoberta na costa brasileira recentemente.

O anúncio do veto foi feito em entrevista coletiva no Palácio do Planalto pelos ministros Gleisi Hoffmann (Casa Civil), Aloizio Mercadante (Educação), Ideli Salvatti (Relações Institucionais) e Edison Lobão (Minas e Energia) na tarde desta sexta (30), último dia do prazo que a presidente dispunha para assinar a sanção do projeto aprovado pela Câmara.

Com o veto presidencial, fica mantida a atual distribuição dos recursos a estados e municípios produtores dos campos atualmente em exploração.

"O veto colocado ao artigo 3º na lei criada pelo Congresso resguarda exatamente os contratos estabelecidos e também tem o objetivo de fazer a correção das distribuições dos percentuais de royalties ao longo do tempo [...]. A presidenta procurou conservar em sua grande maioria as deliberações do Congresso Nacional, garantindo contudo a distribuição de recursos para a educação brasileira", declarou Gleisi Hoffmann.

Segundo o ministro Edison Lobão, "o que se está fazendo é o aperfeiçoamento da lei, mantendo por outro lado aquilo que o Congresso Nacional deliberou para o regime de partilhas daqui para a frente".

De acordo com a ministra Ideli Salvatti, os vetos têm embasamento constitucional. "Aquilo que não feriu a Constituição foi preservado, respeitando aquilo que o Congresso Nacional aprovou", declarou.

O ministro Aloizio Mercadante disse que, com a decisão, a presidente Dilma Rousseff não mexe nos contratos passados para não gerar uma "tensão federativa".
Futuros campos 
No caso dos futuros campos de extração de petróleo, fica mantida a distribuição de royalties definida no projeto aprovado pelo Congresso, pela qual a parcela dos estados produtores de petróleo diminui e a dos não produtores aumenta.

Com isso, a parte dos estados e municípios não produtores, que atualmente é de 7% e 1,75%, respectivamente, passa, em 2013, para 21% (nos dois casos). Em 2020, a parcela aumentaria para 27% do total arrecadado pela União.

Os estados produtores, que hoje recebem 26% do dinheiro, terão a fatia reduzida para 20% em 2013. Os municípios produtores passam dos atuais 26,25% para 15%, em 2013, chegando a 4%, em 2020.
A participação especial dos futuros campos de exploração, atualmente dividida entre União (50%), estado produtor (40%) e município produtor (10%), passaria a incluir estados e municípios onde não existe extração. Em 2013, tanto estados como municípios recebem 10%. Em 2020, 15%. A nova lei reduz a parcela atual de 40% destinada a estados produtores para 32%, em 2013, e para 20%, em 2020.
Medida provisória
O secretário de Petróleo e Gás do Ministério de Minas e Energia, Marco Antonio Almeida, afirmou que a MP só valerá para novas concessões. "A medida provisória vai produzir efeito para novas concessões. A primeira rodada de licitações ocorrerá em maio e, até lá, a medida estará aprovada", disse.

A aplicação de 100% em educação se refere à arrecadação com os novos contratos. O valor, segundo o ministro Aloizio Mercadante, é um acréscimo ao mínimo constitucional exigido atualmente.

"O município tem que aplicar 25%, os estados 25% e a União 18% [das receitas]. Então, a receita do petróleo é acima dos 25% dos municípios, acima dos 25% dos estados e acima dos 18% da União. Ou seja, é um acréscimo da receita efetiva. O que vier de receitas do petróleo é para acrescer ao mínimo constitucional", disse Mercadante.

Também irão para a educação 50% dos rendimentos do Fundo Social, que é uma poupança pública com base em receitas da União. Esse fundo foi criado em 2010 e visa a aplicação em programas e projetos de combate à pobreza, educação, cultura, esporte, saúde, entre outros.

Mercadante afirmou que a nova lei será um “legado futuro para as próximas gerações”. O governo , disse, não quer “repetir os erros das grandes nações exportadoras de petróleo”.

Segundo ele, a receita do petróleo “vai preparar o Brasil para o Brasil pós-petróleo, porque os royalties são uma riqueza que tem que ser investida para preparar o Brasil para quando o Brasil não tiver essa riqueza, que não é renovável”, disse.
Correções 
O ministro Mercadante esclareceu que a MP também corrige questões relativas ao texto aprovado no Congresso. Uma delas é a distribuição para contratos futuros de municípios afetados, por onde passam as embarcações de exploração.

Segundo o ministro, no projeto aprovado no Congresso, a distribuição relativa à arrecadação de royalties somava 101% a partir de 2017. Por conta disso, a MP trará novamente a divisão dos contratos futuros.

 Fonte: G1